A estudante Maria Vitória, do 2º semestre do curso de Direito da Faculdade Republicana, protagonizou uma experiência acadêmica marcante ao entrevistar, por e-mail, o professor Jonathan Crowe, um dos mais destacados filósofos contemporâneos do Direito Natural.
A iniciativa nasceu em sala de aula, durante a disciplina de Filosofia do Direito, ministrada pelo professor Dr. Luís Felipe Perdigão e sob a coordenação do curso pelo professor Dr. Ranulfo Prado. Como parte das atividades, os alunos analisaram capítulos do livro Textos Básicos de Filosofia do Direito, organizado por Danilo Marcondes e Noel Struchiner. Maria Vitória ficou responsável pelo estudo das ideias de Crowe e decidiu ir além: buscou um contato direto com o autor.
“Quando percebi que ele ainda está em plena atividade, pensei que seria impossível conseguir uma resposta. Mas resolvi tentar. Enviei um e-mail e, para minha surpresa, ele me respondeu no mesmo dia. Foi uma emoção enorme”, relatou a estudante.
A correspondência transformou-se em uma verdadeira interlocução acadêmica. O professor Crowe respondeu com clareza e generosidade a um conjunto de perguntas elaboradas pela aluna, abordando pontos centrais de sua teoria jusnaturalista. Entre os temas tratados, destacam-se:
- Universalidade e diversidade cultural dos bens básicos: Crowe ressaltou que sua teoria reconhece variações culturais na forma como valores universais, como amizade e beleza, são expressos.
- Diálogo com a ciência contemporânea: o filósofo defendeu que descobertas em áreas como psicologia e neurociência reforçam a base natural de sua concepção do Direito.
- Riscos de apropriação autoritária: ele reconheceu que a ideia de bens básicos pode ser mal utilizada por regimes autoritários, preocupação que tem explorado em seus livros recentes.
- Desafios do mundo moderno: Crowe relacionou o Direito Natural a questões atuais, como mudanças climáticas, inteligência artificial e dilemas bioéticos.
- O papel do Estado e a desobediência civil: embora considere o Estado central na organização social, o autor aponta que comunidades locais têm força regulatória importante; e afirma que, diante de leis injustas, pode haver até mesmo o dever moral de desobedecer.
Para Maria Vitória, a experiência extrapolou os limites de uma atividade acadêmica tradicional:
“Essa vivência mostra que não há barreiras entre Direito e Filosofia, e que é possível sim abrir diálogos com grandes pensadores de fora. Isso enriquece não só a minha formação, mas também inspira outros alunos a irem além.”
A interlocução reforça o compromisso da Faculdade Republicana em promover um ensino dinâmico, conectado ao cenário internacional e que valoriza a autonomia intelectual de seus estudantes.