Alunos dos cursos de Direito e Ciência Política da Faculdade Republicana participaram do Projeto de Extensão Conectado com Você. Nesta edição da atividade, os acadêmicos conheceram a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) no município de Paracatu (MG), instituição reconhecida nacionalmente pelo método humanizado de cumprimento de pena.
A APAC tem o objetivo de promover a ressocialização dos apenados por meio de um modelo que prioriza a humanização, a disciplina, a responsabilidade, a profissionalização e o fortalecimento dos vínculos familiares. A metodologia inclui assistência jurídica, psicossocial, atividades laborais e práticas educativas que contribuem diretamente para a redução da reincidência criminal.
Imersão
Para os alunos de Direito, a visita representou uma verdadeira imersão prática na Lei de Execução Penal, conectando teoria e realidade carcerária. “Uma experiência muito boa, onde vimos que o sistema prisional pode ser diferente e muito mais humanizado”, destacou a acadêmica Sara Mendes
Já para os estudantes de Ciência Política, a APAC se apresentou como um case de política pública bem-sucedida, oferecendo um panorama detalhado sobre gestão estatal, resultados sociais e impactos na segurança pública. “Uma experiência incrível. Aqui existe disciplina e a gente estar aqui e poder ver a aplicação das leis e desse tipo de trabalho por meio de uma OSC - Organização da Sociedade Civil - é bem enriquecedor como futura cientista política”, ressaltou Maísa Santos, acadêmica do X semestre.
O grupo foi acompanhado pelo Diretor-Geral da Faculdade, Dr Valdir Pucci; pelo Coordenador do curso de Direito, Dr. Ranulfo Prado; pelo Coordenador do curso de Ciência Política, Me. Fábio Vidal; e pela professora e advogada criminalista Marília Brambilla.
Durante a visita, os acadêmicos almoçaram com os recuperandos — como são chamados os internos na APAC — e conheceram todos os setores da instituição, incluindo celas, espaços de convivência, cozinha, padaria, lava-jato, marcenaria, oficina de pré-moldados, horta e o setor de laborterapia, onde são produzidos artesanatos.
O ponto alto da experiência foi a recepção emocionante organizada pelos recuperandos no pátio da instituição, marcada por música, oração e relatos de vida, que tocaram profundamente os participantes.
A atividade foi considerada extremamente enriquecedora e proporcionou aos estudantes uma compreensão ampliada e humanizada sobre o sistema de execução penal brasileiro.
Ressocialização e profissionalização
A presidente da APAC de Paracatu, Janete Cristina, explica que todos os recuperandos trabalham e ajudam a manter a instituição. O trabalho tem dois objetivos: ressocializar e garantir a autossustentação da APAC.
Os internos atuam em várias oficinas que produzem itens para consumo interno, manutenção do local e venda à comunidade: cerca de 3 mil pães diariamente para consumo interno e para abastecer setores da prefeitura e instituições assistenciais; fabricação de móveis e itens de madeira, vendidos à comunidade e usados para qualificação profissional; produção de blocos, telhas e outros materiais de concreto; peças artesanais são vendidas em eventos e no fórum da cidade.
De forma geral, todas as atividades contribuem para a formação, disciplina e reintegração social dos recuperandos.